sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gestão Cultural

Artigo: Presença de Palco

INTRODUÇÃO

Este artigo pretende como perspectiva compreender a importância da presença de palco do ator no espaço cênico, seja ele ator do teatro, da música, da dança, da performance, do circo e outras vertentes artísticas que se utiliza da expressividade do corpo como instrumento em exposição.É necessário estabelecer a sua relação com a platéia a ser analisada os recursos técnicos, didáticos, estéticos que favoreçam a qualidade desse ator e sua produção artística. Segundo LABAN (1978),
O dramaturgo e o artista, o músico e o bailarino, confrontam o espectador com situações e ações nas quais a grandiosidade ou pequenez da luta pelos valores, bem como a qualidade dos valores pelos quais se luta. Evocam a participação de outros parceiros. O espectador adota uma atitude interna com relação aquilo que vê e ouve. (LABAN, 1978, p.158)
As artes cênicas, por sua natural característica, trata-se da soma de artes interdisciplinares, todas elas contribuindo para a composição de uma concepção de um artista para chegar a criação de um espetáculo. Portanto, objetiva-se privilegiar essa arte, selecionando algumas de suas técnicas como instrumento didático a serem adotados para a preparação de artistas de palco. Através da observação, criação e didática prática e a reflexão dessa experiência, o artigo presente pretende defender a relevância da capacitação do teatro para o músico.
A metodologia utilizada será a de leituras e análises de atuação dos profissionais das áreas envolvidas que marcaram a história, aplicando a prática no campo artístico, teórico e técnico. Destacaram-se justamente por acrescentar este diferencial referido por este artigo nas realizações ocorridas dentro do seu tempo. Transitam entre as diversas vertentes artísticas, consolidando a sua área específica porque tiveram consciência da importância desse intercâmbio de ações das artes espetaculares e o que cada uma delas podem contribuir para o cenário musical.
Através do questionamento da importância das técnicas do teatro para a formação profissional da área de música, foi possível perceber a necessidade das articulações da
cooperação entre as instituições, escolas de formação e artistas, visando a melhoria na qualidade de trabalho enquanto visibilidade, tornando-o mais um elemento que favorece o fortalecimento e manutenção dos grupos e profissionais.
A escolha desses profissionais, exemplificados à frente neste artigo, se deu por serem referências em seus trabalhos espetaculares, obtendo grande resposta do público nos países de atuação como também no resto do mundo. São artistas que atraíram muitos investidores e, consecutivamente, retorno financeiro para o mercado da cultura, logo, alteraram os índices econômicos positivamente e apresentaram um resultado artístico de alta qualidade no que diz respeito a valores culturais. Consecutivamente, esse resultado artístico permaneceu após a morte desses profissionais e ainda interferiram na circulação dos rendimentos financeiros, acrescentando, como outra importante contribuição, o patrimônio artístico e cultural para o mundo como referência a estudiosos, pesquisadores e novos artistas. Interferiram também no modo de comportamento e pensamento da sociedade de sua época.
A reflexão que iremos fazer, parte da inclusão do ensino das técnicas de teatro, favorece o músico uma maior visibilidade do resultado seu artístico, abrindo espaços de trabalhos no cenário da arte através de cursos de capacitação e inclusão do ensino nas escolas de formação do músico. A parceria entre a completa formação do músico e o acompanhamento do gestor cultural possibilita uma abertura para investimentos e valorização do profissional, pela existência permanente do projeto cultural. AVELAR (2008) descreve da seguinte forma:
O conceito de qualidade relaciona-se diretamente com as expectativas das pessoas. Um produto tem qualidade quando cumpre funções desejadas por quem o utiliza. Um serviço, quando atende ou supera os anseios de quem dele usufrui. Para se aferir à existência ou não de qualidade em uma organização é preciso, pois, buscar
o ponto de vista daqueles que são afetados de algum modo por seus empreendimentos. É necessário buscar não apenas a satisfação do cliente, mas também de todos os stakeholders, ou seja, de todas as partes interessadas, de todos os públicos com os quais ele interage: seus empregados, colaboradores, fornecedores, acionistas, entidades de classe, veículos de comunicação, governos e a comunidade como um todo. Em tempos de incrível acirramento da concorrência a sobrevivência se condiciona, cada vez mais, pela busca da excelência em todos os detalhes, pela melhoria contínua dos processos de trabalho e pelo desenvolvimento, nos diversos níveis do corpo organizacional, de uma cultura de qualidade. (AVELAR, 2008, p. 430 e 431) E necessário uma rede de cooperação e maior colaboração entre as instituições, grupos, empresas ligadas a essas áreas para a manutenção e consolidação de projetos culturais musicais.
Além desse conhecimento primordial para a formação do músico, é também sugestiva a aprendizagem das articulações da circulação de seus projetos através da referência de um profissional da área de gestão cultural. Também é importante para o artista a aquisição desse conhecimento, pois assim compreenderá os fenômenos da economia cultural e terá a plena consciência do direcionamento da sua concepção artística aliada às possibilidades de encaixe da sua atuação no mercado, oferecida tanto pelos setores públicos, privados ou outros segmentos econômicos da cultura.

Referências

AVELAR, Rômulo. O avesso da cena. Notas sobre Produção e Gestão Cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008. BARBA, Eugênio. Savarese, Nicolas. A arte Secreta do Ator – Dicionário de Antropologia teatral. São Paulo. Editora da Unicamp, 1995. CUNHA, Maria Helena. Gestão Cultural. Profissão em formação. Belo Horizonte. Duo Editorial, 2007. FEIJÓ, Martin César. O que é política cultural. São Paulo: Editora brasiliense S.A, 1983.

Helen Cristina Patrício de Novais
Centro Universitário UNA
Pós-Graduada em Gestão Cultural

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